“Pirinerd”: Porque chamar de attention whore é muito mainstream

Não é preciso fazer muita coisa para automaticamente ser categorizada como uma "pirinerd".

Ontem eu li um texto bastante deprimente do Garotas Geeks falando sobre umas tais de Pirinerds, uma definição nova para garotas que supostamente fingem gostar de coisas nerds/geeks/gamers para chamarem atenção dos marmanjos. O post, falhando miseravelmente em ser engraçadinho sobre um tema bastante complexo e extremamente carregado de preconceito, me incentivou a dar o meu ponto na questão. E antes de me dizer “ai ai ai ui ui ui pra que levar o assunto tão a sério que falta de senso de humor mimimimi”, acredito que depois do caso Rafinha Bastos, já deu pra perceber que vomitar preconceito sem um pingo de bom senso e limite (independentemente do nível e do alvo criticado) para finalizar com um “LOL” ou “rsrsrsrs brinks” não diminui o tamanho da asneira. Principalmente dentro da Internet.

Primeiramente, vamos levar em consideração o que é a cultura nerd/gamer/geek hoje. Se originalmente essas culturas eram muito específicas e restritas, a acessibilidade e glamourização criadas e estimuladas em cima dos nerds fizeram com que ela se tornasse muito mais ampla, flexível e com inúmeras variações. Em outras palavras, uma modinha com qualquer outra. Não que isse fosse um problema em si, faz parte de qualquer cultura se transformar e se adaptar conforme sua geração. Mas é claro, os que se auto-dominam nerds tr00, normalmente quem está há mais tempo inserido nessa cultura, têm uma visão tão conservadora da questão que qualquer coisa que não se encaixe no rótulo carregados por eles mesmos é automaticamente pseudo-nerd e, portanto, merecido de todo o seu desprezo. Engraçado que muitas dessas pessoas que agem como se sentissem ameaçadas por aqueles que entraram na cultura nerd após se tornar algo cool também alimentam esse glamour. Pense naquelas listinhas um tanto arrogantes de “10 Vantagens de Ter um Namorado Nerd” e você vai entender o meu ponto. Mais ainda, já me deparei com um site voltado exclusivamente em postar fotos de cosplayers e garotas gostosas supostamente nerds. Você podia contribuir enviando fotos, e sabe qual era o requisito mínimo para uma “foto nerd”? Óculos.

Não obstante, na pior das hipóteses, você poderá esbarrar em nerds xiitas que não podem ver alguém se chamando de nerd e dizer não gostar de Star Wars na mesma frase que já caem matando, praticamente pela mesma razão citada acima.

Um comentário muito interessante que a Julia Kaffka fez quando comecei o debate na comunidade Feministas no Facebook e do qual reproduzido um trecho a seguir: “Aquela hora tão falada ‘um dia os nerds vão dominar o mundo’ chegou e virou não só uma tribo, como uma tribo totalmente elitizada e restritiva. Essa postura da autora de discriminar o ‘não nerd o suficiente’ é muito comum nas rodinhas. Ou acha que não tem gente que não te acha nerd o suficiente se não zerou nenhum videogame ou se não gosta de Star Trek. ou seja, existe uma cobrança do próprio meio que as pessoas se afirmem como nerds e que demonstrem interesse por tudo aquilo que esse universo oferece – mesmo que não goste muito. E isso justifica bastante porque tem tanta gente que faz de tudo para mostrar que é nerd, senão acaba sendo sim marginalizado socialmente”. Também foi bem lembrado quando ela menciona que isso também acontece com outras tribos, tipo fãs de bandas oldschool que ficam incomodados com os “novatos” que entram depois, já que eles gostavam delas “antes de ser legal”.

Além disso, e é o que eu estou repetindo à exaustão no blog por considerar muito importante, temos a desigualdade de gênero que afeta as mulheres em maior ou menor grau na cultura geek. Você já reparou que não tem NENHUMA crítica similar de homens tentando chamar a atenção fingindo gostar de jogos e coisas consideradas nerds? Em contrapartida, temos inúmeras páginas por aí depreciando garotas que tiram fotos seminuas rodeadas de consoles e cartuchos (mas ao mesmo tempo babando por elas). Em nenhuma dessas críticas alguém chega a questionar por que e quando isso passou a acontecer. É cômodo demais dizer alguma coisa além do lugar-comum. Meu principal objetivo neste post é justamente trazer uma explicação para o problema.

Lembre-se daquela situação típica dos jogos online, em especial MMORPG, de homens se passarem de mulheres para ganharem itens raros e subirem de nível sem grande esforço. Isso só acontece porque temos homens que valorizam exageradamente garotas simplesmente por serem… garotas. E temos o bônus das mulheres nos jogos sempre seguirem o mesmíssimo padrão de gostosa. Conclusão: as “pirinerds” nada mais são do que uma consequência formada pelo machismo na cultura nerd. Se elas existem, é porque temos um público ativo e predominante que consome tal imagem de objetificação, ironicamente a condenando ao mesmo tempo, pois, afinal, “elas não se dão o respeito, que vergonha!”.

Mas peraí, será que todas elas absolutamente não entendem porra nenhuma dos jogos, filmes e séries que sugerem gostar? Será que todas essas “pirinerds” são um bando de riquinha que fazem questão de torrar um monte de dinheiro com cosplays, consoles, jogos e camisetas com imagens engraçadinhas com o simples e único propósito de chamar atenção dos nerds? Eu particularmente nunca me encontrei cara a cara com uma delas, só vejo em foto. Então será que todo mundo que critica essas garotas já pararam pra analisar o perfil médio delas? Tudo o que elas têm são só peitos grandes e rostinho bonito ou – surpresa! – elas também conhecem aquele conteúdo estampado nas fotos? Em um post tão infantil como esse do Garotas Geeks, dá para notar que as “pirinerds” são definidas como uma versão alternativa de panicats, com aquele eterno estereótipo de gostosa burra.

Assim, podemos supor que parte, e não a totalidade dessas garotas realmente podem não saber do que está falando porque descobriu que os caras fazem essa hipervalorização de garotas na sua tribo e, seja por uma possível baixa auto-estima, carência de atenção, exibicionismo ou simplesmente machismo arraigado, fazendo-a acreditar que só será aceita se expressando dessa forma, é o que pode formar essas “pirinerds”. Pura teoria, é claro. Generalização sempre dá merda.

Há muitas coisas proveitosas e maravilhosas na cultura nerd, mas é muito triste existir tanto conservadorismo e hipocrisia no meio, principalmente quando qualquer nível de erotismo (de mulheres reais) está presente. Não que o machismo seja exclusivo dessa cultura, mas a julgar pelo sentimento generalizado de muita gente em associar bullying na infância como fator determinante ou influenciável na escolha em se inserir entre os nerds (e usando tal acontecimento como motivo de orgulho/superioridade), isso acaba sugerindo que a galera que forma tal grupo é mais “tolerável” e “aberto”. Não é o caso.

UPDATE: Por causa do pingback automático no Garotas Geeks, encontrei esse texto e mais outro também criticando o post com algumas diferenças. Deem uma olhada.

UPDATE 2: Uma coisa que não tinha lembrado enquanto escrevia esse texto, é que o autor do post Nerds e o privilégio masculino (e que você deveria ler, caso não conheça), no final, citou um detalhe que resume esse problema de comportamento dentro da cultura nerd, ainda que sob outro contexto um pouco diferente:

A sociedade geek se orgulha de ser explicitamente contra-cultura; nerds vão se vangloriar sobre como, enquanto sociedade, que são melhores do que os outros que forem exclui-los. Eles insistem que são mais igualitários; geeks mantém firme a crença de que a cultura geek é uma meritocracia (…). Ainda assim, até mesmo um exame superficial demonstrará que isso não é verdade.

UPDATE 3: Um texto publicado anteontem no Kotaku BR caiu como uma luva para o assunto: A falsa ameaça das falsas garotas geeks. Ele é bem bacana, recomendo que leiam.

46 comentários sobre ““Pirinerd”: Porque chamar de attention whore é muito mainstream

  1. Concordei 100% com tudo deste post. Achei a abordagem da autora no Garotas Geeks muito preconceituosa e generalista. E o pior é que a grande maioria das pessoas pareceu concordar, enquanto aqueles que manifestaravam opiniões contrárias logo eram bombardeados pelos outros. Triste.

    • Mais ainda: quem discordava ouvia a velha máxima “AIN ESSE POVO QUE LEVA TUDO A SÉRIO”, e só eles.

      Eu não sei se você acompanha o Garotas Geeks há um tempão como eu, ou o suficiente para ler posts machistas, mas até agora eu meio que ignorava isso. Só que essa parada de pirinerds foi impossível ficar quieta.

      • Exatamente :/ Acompanho o blog há mais de um ano e volta e meia me deparava com algumas postagens duvidosas…fiquei revoltada mesmo foi com o post das pirinerds, mas logo vi que nem adiantaria deixar minha opinião lá.

        A propósito, parabéns pelo blog! Já estou lendo todas postagens e vou acompnhá-lo daqui em diante ^^

  2. Olha, realmente concordo e muito com esta análise. Exceto pela parte do humor (porque também existe aí certo discurso puritano), ainda sim bate no ponto que eu tb considero crucial: a pseudo-exclusividade que os nerds afirmam ter.

      • Mas nem é este o problema. É aquele reforço do estereótipo de que mulher tem que ser reservada e certinha. O que na verdade é uma contradição dentro do próprio post, uma vez que o mais importante não é que a menina seja perva ou que goste de se exibir, é o fato dela nao ser nerd o bastante para tal. Pois basta ver que se ela é”tr00l nerd”, pode dar pra Deus e o mundo que está tudo bem.

        • Eu pensei nisso também, tanto que quando li, me lembrei de um post antigo, se não me engano feito pela própria Minhoca, com uma lista das 10 mulheres mais sexies dos jogos. Acho que isso já é suficiente pra notar a contradição.

          • Na verdade também. O problema é que o post não recrimina o comportamento de “periguete”. Recrimina o fato da menina não ser nerd o bastante e querer parecer cool.
            Eu mesmo acho engraçado os discursos que se contradizem. Somos o tempo todo contraditórios e eu pelo menos assumo isto e com gosto. Tanto que as respostas das meninas do blog deixam claro o fato de que “olha, eu sou recatada, tímida e me valorizo”.
            Deprimente. Parece coisa de adolescente.

            • Eu entendi que foram os dois, na verdade. Depreciar as garotas como “caça maridos” por se valerem da semi nudez ao mesmo tempo que supostamente não entendem do mundo geek de verdade, tratando como se ambas as coisas fossem completamente incompatíveis independentemente da pessoa e do contexto.

              De certa forma sim, e suponho que isso aconteça mais por falta de conhecimento e consciência do que você mesmo fala, além da possível opinião que não está totalmente formada sobre alguma coisa.

              • É que aí entra numa coisa chamada “processo de formação do discurso” e também em “formação discursiva”. Boa parte dos discursos que reproduzimos são inconscientes, são coisas já arraigadas que integram a nós e não tem como fugir.Então resta observar o embate ideológico entre quem reproduz determinado discurso e quem recebe, aceitando ou não como verdade.
                Por isto eu creio que seria legal lá ter alguma possibilidade de suscitar alguma discussão. O texto é bacana neste ponto, de permitir uma reflexão e não simplesmente aceitar uma premissa como verdadeira.

                • Não entendo muito bem do que você falou quanto ao discurso, mas não concordo totalmente com isso. Quero dizer, se já está arraigado em você e não tem como fugir, isso não implicaria na impossibilidade de modificar o seu ponto de vista sobre algo? Como se o discurso que reproduzimos se originasse desde o nascimento? Realmente não entendi o que você quis dizer.

                  • Na verdade Análise do Discurso é algo bem espinhoso de explicar (e de entender também), mas funciona mais ou menos assim: todos nós somos constituídos por diversos discursos, que nos são passados de diversas maneiras e são integrados a nós. Muitas vezes não é uma escolha consciente, embora o sujeito do discurso não seja passivo, uma vez que ele também pode contestar este tipo de coisa.
                    O grande problema é que todo discurso tem um aparelho ideológico que tenta, a todo custo, provar que é o lado “correto”, mesmo que, para a AD, este conceito não exista. Então acontece que, quando os discursos se opõe, ocorre o choque ideológico (alguns autores preferem o termo conflito), onde ambos os discursos tentam prevalecer.
                    O que realmente ferra a coisa toda diz respeito ao fato de que todo o discurso é produzido dentro de um determinado tempo por uma determinada sociedade e dentro de um determinado contexto. Só que ele sofre mudanças. O post do Garotas Geeks é um exemplo disto, ele coloca um discurso de exclusividade sobre quem pode ser considerado ou não nerd e ainda propõe um padrão de comportamento feminino como único aceitável para que uma mulher não se desvalorize, segregando-a no termo pejorativo de “periguete”. E este discurso é o mesmo da época da sua avó, onde a mulher deveria ser pura e casta para ter o homem certo. Perceba que é a mesma ideia de “merecer o nerd” tem que ser “nerd e pura”. Houve uma transformação neste meio todo, onde, inclusive, o discurso passa a se moldar a este contexto social.
                    Então é basicamente isto, não tem como escapar das nossas constituições ideológicas, mas dá para escolher quando tomamos consciência delas. Eu só não explico mais pq tem muita coisa ainda a dizer, mas com isto dá pra ter uma ideia “geral”.

                    • Aaah, agora tá explicado. Você sabe disso por causa de algum curso/trabalho/etc que está fazendo ou fez?

                      Sobre essa questão de provar o lado correto, acredito que quando você desconsidera o fator ética/moral/qualquer coisa relacionado ao ser humano em si, a questão de certo ou errado torna-se irrelevante, não é? Já que determinadas coisas que consideramos inadequadas podem ser adequadas para outros, então de maneira “imparcial”, qualquer argumento pode ser considerado válido, não? Só não sei a questão da lógica argumentativa e uso de falácias, se dá pra considerar como algo válido no sentido de não ser necessariamente um argumento “correto” para aqueles contexto e portanto tomando um lado mais “neutro” da coisa.

                      (não sei se a minha linha de raciocínio está coerente, escrevi enquanto lia o comentário em partes)

                      Suponho que o problema não é ser exatamente a exigência de ser uma “nerd pura”, mas acredito que quando não é com você ou seus amigos, é bem mais fácil criticar a atitude do outro que envolva o erótico quando exposta dessa maneira de “pirinerds”, então nesse caso, me parece que foi puramente por falta de consciência da própria maneira que você age e acaba se refletindo nessas garotas (ainda mais por envolver um tabu e preconceito ao mesmo tempo). E levando em conta o que eu já vi saindo da Minhoca no blog e no seu perfil, é o tipo de coisa que acabo associando.

                      Quanto em explicar sobre a escolha de constituições ideológicas, não tem problema. Acredito ter entendido o seu ponto o suficiente para a questão, então obrigada pelo comentário (:

                    • Para mim, esse dialogo com o Fabio Melo foi mais proveitoso q o próprio texto! Me fez pensar bastante e despertou vontade de estudar sobre argumentação e discurso! Valeu pessoal! ^^

  3. Vi o seu texto pelo pingback no meu blog. Legal ver o pessoal se levantando e descendo o pau em textos desses!
    Adorei o seu texto, você fez uma análise tão profunda quanto a outra moça fez no Formspring. Algo que provavelmente eu não conseguiria fazer sozinho (aliás, fiz o meu post inspirado naquela resposta de Formspring, e aproveitei pra atacar por outro lado também). Vou dar uma olhada no resto do seu blog também! ;D

    • Hahahaha eu nem tinha o propósito de meter o pau propriamente dito, tanto que, dependendo da forma que você opina em cima de alguma coisa, creio que fazê-lo com a emoção em alta pode afetar a linha de raciocínio e você pode não ser levado a sério como gostaria. Tipo, eu notei que a garota que deu sua opinião no Formspring respondeu de uma maneira mais “agressiva”, embora de uma forma eficiente. Ah, sei lá, acho que fui calma na maior parte do post =p

      Relaxa, eu também me baseei na opinião do pessoal na comunidade que postei o link do Garotas Geeks, e algumas ideias eu tive antes de dormir (e sabe como é, muita coisa boa aparece dessa forma).

  4. Gostei do post, só acho cansativo um ‘blá blá blá’ infinito sobre algo que sempre existiu.
    O que você acha que os hippies americanos dos anos 60 falaram quando viram a geração que era hippie de apartamento, e que só achava bonitinho aquilo tudo? Só um exemplo…

    Todo preconceito é idiota, isso resume bastante o que eu penso. Se a garota é safada e nerd, beleza! Se ela é safada e não nerd, mas GOSTA de nerds e faz o que acha necessário pra chamar a atenção deles, beleza! Se quiser chamar assim de pirinerd ou qualquer coisa do tipo, beleza!

    Tem quem goste delas e quem não goste. E nenhum ‘nhém nhém nhém’ vai mudar isso…

    E ninguém reparou que a senhorita autora do post do Garotas Geeks tava só afim de chamar a atenção? Ou só eu pensei nisso?
    A tr00 nerd lá que faz questão de falar que ama jogos medievais, caverna do dragão e outras coisas nerds. Escreve falando mal das ‘pirinerds’ e tem zilhões de comentários…

    • Olha cara, se o nhém nhém nhém que você está se referindo era a discussão do tema em si, então pra qualquer coisa que existe há um tempo considerável é inútil fazer um debate? Porque se for, então nenhum protesto contra o SOPA/PIPA/ACTA mudaria porra nenhuma, ou nenhuma atitude para conscientizar as pessoas dos problemas ambientais mudaria nada (dando como exemplo apenas). Não sei se era exatamente isso o que você criticou, foi o que deu a entender pelo contexto.

      Agora, eu te pergunto uma coisa: Você acompanha o Garotas Geeks desde sempre? Eu não odeio a autora e nem o blog, e apesar de eu não conhecer a vida pessoal dela ou das outras integrantes (já que algumas mostraram apoiar visivelmente o post), eu acredito que ela não o fez exclusivamente para chamar atenção, ou pelo menos não conscientemente. Teve uma certa hipocrisia aí no meio, de fato, mas talvez não foi muito além disso.

    • Sabe, esse post salvou meu dia! Estava me sentindo burro porque tinha uma crítica séria a fazer ao post e a quem estava comentando e concordando e dizendo que não era machismo, mas não conseguia exatamente identificar o que era! D:

      Embora eu tenha um certo defeito que ela acusou: “Primeiramente, vamos levar em consideração o que é a cultura nerd/gamer/geek hoje. Se originalmente essas culturas eram muito específicas e restritas, a acessibilidade e glamourização criadas e estimuladas em cima dos nerds fizeram com que ela se tornasse muito mais ampla, flexível e com inúmeras variações. Em outras palavras, uma modinha com qualquer outra. Não que isse fosse um problema em si, faz parte de qualquer cultura se transformar e se adaptar conforme sua geração. Mas é claro, os que se auto-dominam nerds tr00, normalmente quem está há mais tempo inserido nessa cultura, têm uma visão tão conservadora da questão que qualquer coisa que não se encaixe no rótulo carregados por eles mesmos é automaticamente pseudo-nerd e, portanto, merecido de todo o seu desprezo.”

      Isso tem a ver justamente com o que o Zeca Urubu está falando. Era assim com scenesters que se rotulam “emos” e fazem coisas relacionadas aos estereótipos criados pela mídia quase 20 anos depois do surgimento da primeira banda de emotional hardcore. Chamava de poser e fazia piadinha (e não me arrependo muito porque eles eram muito adolescente senso-comum seguindo modinha mesmo, ao menos eu não era homofóbico – até porque eu sou bi hahaha – sobre eles que nem mais da metade dos machinhos do Brasil). Depois de um tempo desisti do meu egoísmo tr00. Quer chamar Fresno, NX Zero, até Restart de banda emo, chame, você acha legal porque seus amigos fazem e você se identifica ou até porque você viu na TV e ouviu bandas melosas na rádio, vá em frente. Mas eu sei que eles são fake (ou melhor, eram, agora que essa modinha se foi). E metade das pessoas que têm contato comigo no orkut também, e sabem porque.

      Não é o caso desses nerds porque eles não foram apenas um bando de hipsters reclamando que a ceninha alternativa oprimida deles se tornou mainstream (e eu confesso que acho isso completamente ok) “e agora posers malditos estão destruindo a imagem do seu gênero musical favorito para sempre por todo o Universo durante toda a História com sua música horrível” (não é o caso deles mas foi o do nosso e nem por isso partimos para estereótipos imbecis e bullying, depois fã de emocore – do tr00, que era hipster oprimido que não pegava ninguém com cara de nerd nos anos 90, e agora evoluiu para os hipsters contemporâneos não menos esquisitos mas socialmente aceitos – que é chorão, SE BEM QUE era apenas uma ceninha Indie dentro de uma ceninha Hardcore cujo único aspecto em comum era falar de coisas depressivas e negativas MAS NEM POR ISSO os “emos” do passado eram menos oprimidos que os nerds e a modinha pós-moderna que fizeram em cima da subcultura deles não foi menos pretensiosa, superficial, fashionizável, acéfala e destrutiva, porém trilhões de vezes mais).

      O tom dessa guria foi muito sexista também. De um jeito que me deu nojo. Parabéns pela postagem excelente (como sempre, pelo visto… acabei de descobrir seu blog e estou adorando) e desculpe pelo imenso comentário extremamente off.

      • Fiz uma busca rápida no google e não entendi o que é scenesters, pode me explicar? Õo

        Agora, sobre você ser bi, acho que não diz muita coisa quanto à garantia de não ser homofóbico. Quero dizer, eu já vi relatos de bissexuais sendo discriminados por gays e lésbicas como “indecisos” (já aconteceu isso com você, não é?), já me deparei com gay machista e ouvi dizer que existem gays homofóbicos! Então não duvido de mais nada =p

        E não me leve a mal, mas eu boiei completamente na sua explicação dessas bandas emocore (acho que meu raciocínio tá meio lerdo agora) Assim, não tem problema algum fazer comparações com outras tribos para mostrar que esse tipo de atitude não é exclusivo do mundo nerd, mas como eu estou inserida nessa cultura e a acompanho muito de perto, foi o que eu decidi botar em foco.

        Fico feliz que tenha gostado do blog! E nem esquenta, comentários grandes são tão legais quanto os curtos (:

  5. Acredita mesmo que a maioria das revoltosas estavam ofendidas pelo suposto machismo e hipocrisia como voce ficou? Boa parte dos posts eram de garotas que reagiram como se tivessem sido desmascaradas ou fazendo auto-afirmação sobre os atuais companheiros nerds, esse tipo de comportamento continua sendo muito tosco.

    Por mais que a cultura do consumismo justifique esse tipo de comportamento, são pessoas que usam google pra pesquisar o que o cara mais gosta de fazer, os lugares que ele frequenta, etc (citando exemplo de outras garotas), justificando que isso é amor, caindo no esteriótipo. E assim, ficando extremamente revoltadas com o texto.

    Hoje não faço parte de nenhuma tribo em especial porque não me vejo com idade pra isso, mas repudio totalmente quem usa disfarces sociais pra participar de grupos com segundas intenções, sem realmente gostar daquilo.

    Tenho absoluta certeza, que se ela tivesse feito um texto mais serio, de uma forma geral, citando inclusive o mesmo comportamento da parte masculina, voce não teria se revoltado completamente e postado todo esse moralismo sobre igualidade de gêneros.

    • Eu não conheço as garotas (e nem os garotOs, eles também estiveram presentes, além de um dos posts externos que linkei foi escrito justamente por um homem) que foram contra o post. Não tenho uma câmera espiã pra provar que el@s foram “desmascarad@s” ou não. E sinceramente, mesmo se esse fosse o caso, visto que não existem quaisquer dados pra afirmar qualquer coisa de um dos lados, ainda justifica essa avalanche de preconceito? Não pra mim. Como eu mencionei no texto, generalização sempre dá merda, principalmente sem uma argumentação consistente, que é o que eu estou vendo no seu comentário.

      Não é por causa de uma suposta minoria (ou meramente parte do grupo que se foi rotulado de pirinerds) é que vai englobar todas essas garotas.

      Meu caro/a, você me conhece tão bem assim pra ter tanta certeza de como eu reagiria em outro contexto, e ainda com uma ABSOLUTA certeza? Jura? Eu duvido, sinceramente. Independentemente do tom que o post tivesse, pela estrutura, ele continuaria tendo aquele teor preconceituoso arraigado nele. A diferença é que não existiria aquela descupinha do “ai, é uma piada, pra que ficar tão nervosinho?”. Além disso, eu não me surpreenderia que, se houvesse algum comentário sobre a parte masculina, o que seria pouco provável, é muito capaz que ela seria amenizada, novamente por questões de desigualdade social. Além do que, respeito ao próximo é uma questão puramente ética, e apesar de estar relacionada, a moralidade tem uma abordagem bem diferente e enfatiza bem mais o peso de coisas como “os bons costumes”, que, olha só, muitas vezes tem justamente o preconceito no meio.

      • Entenda, é questão de convívio, voce precisa filmar com câmera espiã um estupro pra ter certeza que eles ocorrem na sociedade?

        Segundo que sim, ela generalizou e inventou uns tipos tão bizarros que eu dei risada, mas ao mesmo tempo eu sei e conheço quem faz algo parecido e inclusive os argumentos usados pra se justificar, “ainnn, mas eu conquistei o ricardito nerdoso assim…não é justo…”, eu concordei que existem pessoas próximas desse perfil na sociedade, não exatamente com a visão mostrada no texto.

        As pessoas aproveitaram e usaram a premissa do “machismo” pra justificar os próprios mal costumes, não foi o mesmo motivo que o seu, sua visão esta correta avaliando tudo que foi postado lá.

        Que tal voce fazer uma matéria sobre, abordando o assunto de forma neutra e sem priorizar gênero? Porque quando eu leio algo assim na internet, sempre vejo uma puxada de sardinha pra um dos lados por causa do gênero do autor, muitas vezes é pura opinião pessoal baseado em preconceito.

        Algo de utilidade publica, hahaha.

        • E você realmente acha razoável comparar violência sexual com a existência de um sub-grupo da cultura nerd? Primeiro, relatos de estupros existem aos montes e que têm aumentado conforme as mulheres aumentam a coragem de denunciarem seus estupradores, é uma realidade que não tem muito o que questionar. Pessoas a vivem ou a presenciam. Não vejo lógica em associar a identificação de estupros com essa generalização, bem mais questionável por sinal. Além do mais, assim como eu mencionei no post, nunca me encontrei cara a cara com uma “pirinerd” de fato, e pergunto quantas dessas pessoas que as criticam JÁ a viram em algum momento além de fotos, e ainda, que realmente fingiam entender alguma coisa da cultura.

          Forma neutra? Sinceramente, não sei como poderia fazer algo mais ‘neutro’ do que meu post, mas se você tiver alguma sugestão mais específica de como o tema poderia ser tratado, por favor, me diga.

  6. Fique tranquila, não precisa reinterpretar minha comparação como algo abominável e sem sentido, até saiu do assunto. Eu me refiro ao fato de que as pessoas passaram a ter voz e criticar esse tipo de comportamento, seja com bons argumentos ou a completa falta deles. Um relacionamento com alguém que não te entende ou não quer te entender por outros motivos, pode resultar em danos emocionais irreparáveis, individualmente ou mesmo referente ao grupo, e ao contrario do estupro, a sociedade não esta nem um pouco ligando.

    Falando sobre a questão se sub-grupos, é importante que não só esses grupos se respeitem, como também não desfrutem de disfarces sociais, uma vez que o individuo esta insultando crenças de um grupo tentando simula-lo, existem inúmeros exemplos disso na sociedade, alguns positivos e outros negativos, por mais que pareca bobagem, é um problema social.

    Repito, não aceito o texto do Garotas Geeks como um todo, eu ainda vi aquilo como humor escrachado e ridículo, mas quando eu vi gente se identificando e tentando se justificar, eu passei a ver com outros olhos, porque de alguma forma quem desfruta daquele comportamento se sentiu insultada.

    Sobre a matéria, eu não me refiro a sua opinião pessoal se prontificando a responder uma generalização, me refiro a entender como funciona e de preferencia conversar com alguém que conhece ou conheceu esses indivíduos, ai vai ser fácil pra voce entender e criar outra visão.

    Da pra ser neutro e formar uma opinião diversificada, apresentando os dois lados, sem essa de “mas eu nunca vi na minha vida, só que generalizar é ruim…” difícil é quando voce descobre o que ocorre e depois tem medo de formar uma opinião.

  7. “ao contrario do estupro, a sociedade não esta nem um pouco ligando”
    Levando em conta as histórias que já estive a par, há um puta descaso com as vítimas de estupro na maioria das vezes, então isso é bem questionável.

    Mesmo não aceitando o texto, a sensação que dá pelos seus comentários é só reforçar que praticamente todo mundo que se justificou de alguma forma se sentiu dentro do que foi mencionado. Se for isso mesmo, não acha que está caindo na mesma falácia que a autora? E quanto aos homens que foram contra? É porque eles amam as pirinerds pra você?

    Seu ponto ficou mais claro. E sim, eu adoraria poder saber de alguma forma esses indivíduos, mesmo sabendo que a garantia da veracidade de possíveis informações que poderia conseguir com o tempo não poderiam ser completamente confiáveis, devido aos largos equívocos que ocorrem em pesquisas de um modo geral e não ter em mente que número mínimo seria o suficiente pra criar um perfil médio. Não penso que teria ‘medo’ quando soubesse o que ocorre de verdade (se é que dá pra ter total certeza devido ao que mencionei acima). Quero dizer, a desvantagem está nos dois lados, ainda que o lugar-comum tenha mais probabilidades de equívoco. Em suma, não me importaria de reformular o que penso depois de ter mais certeza em relação à situação.

  8. Boa parte dos homens que se manifestaram tiveram a opinião parecida com a sua, inclusive revoltados sobre a hipocrisia de dizer que elas gostam de aparecer e que não sabem nada. Afinal ele não vai se identificar como Pirinerd (lol), justamente porque o texto não citou homens de forma mais clara. Eu realmente esperei algum homem reclamar defendendo alguma namorada ou algo assim, mas ninguém apareceu.

    Acredito que esse seria o primeiro ponto pra ser usado como desculpas da brincadeira de mal gosto, mostrar o lado cruel desse tipo de manipulação no geral, sem brincadeirinhas ou rixas de gênero, afinal eu esperava isso naquele site também.

    Minha opinião não cai falacia da dona do texto, basta analisar que boa parte dos posts (quando digo “boa parte” não digo todas) usou a premissa inicial pra justificar alguma coisa que não aceitava, mas no fim alegando machismo, eu achei conveniente em alguns casos, alguns claros, outros meio duvidosos tentando continuar a partir do raciocínio anterior, só que é minha interpretação, então não vou me estender muito.

    Se quiser fazer uma matéria seria sobre isso, eu vou adorar ler, principalmente sobre a parte dos homens, que eu nunca li na internet matéria nenhuma sobre isso.

    Curiosidade que achei pesquisando na internet: http://twitter.com/#!/pirinerd

    • Não vão se identificar de maneira direta, o que não diminui o valor da crítica deles.

      “eu nunca li na internet matéria nenhuma sobre isso”
      O problema é justamente esse. A possibilidade de haver alguma matéria solta por aí até existe, mas não tem a mesma proporção de visibilidade, então é meio perigoso opinar em cima sem ter muito em que se basear. Se eu encontrar algum texto, nem que seja em inglês, que fale alguma coisa similar a isso, será um prazer lê-lo.

      Eu achei esse twitter esses dias, embora é interessante notar que ele existe bem antes da criação do post e só ter uma mensagem.

  9. A proporção e visibilidade dessas matérias quase sempre é baseada no “eu acho”, sem experiencias reais, a maioria dos autores masculinos não cita homens em suas visões. A experiencia que eu tenho é bastante pra saber que pessoas assim não são contos de ficção, mas eu não tenho por exemplo pra criar “sub-tipos” como foi feito no site, isso requer bastante tempo de estudo.

    Os “novos nerds” (bazingueiros, pseudo-nerds, pirinerds, neo-ubergeek, etc) surgiram por coincidência, logo apos a exibição de uma certa serie nerd na TV. O que ninguém quer explicar ou entender, é porque o choque de costumes entre grupos gera tantas farpas, ódio que se traduz naquele post do Garotas Geeks.

    Se antigamente ser nerd era um estigma social pesado na sociedade, hoje ele vira uma sátira cruel sobre quem é nerd e quem não é, acabando com sua própria identidade, pois os novos nerds não aceitam os nerds “legítimos” por serem “nerds demais”. As únicas armas pra isso são: O isolamento social ou a criação de um grupo.

    Bom, não queria mais prolongar o assunto, foi legal conversar com voce, caso tenha interesse em falar sobre o isso de forma mais profunda, ficaria grata em ler.

  10. Super concordo com vc. Machistas no último essas meninas. Me decepciona saber que fazemos a mesma faculdade (ou que elas fizeram e eu faço, nunca as vi mesmo).

    Bom, deixa eu colar o meu comentário lá, pra mostrar minha opinião (qm não sente essa necessidade né?

    “só eu pensei “nerds dos pirineus” ao ler o título?

    Na moral, acho essa coisa de cultura nerd um saco, aliás a maioria desses sites/blogs geek/nerds nada mais são que os bons e velhos sites de entretenimento (cinema, video game, gibis etc – séries de tv e livros nem tanto) só que misturados como se CONSUMIR muita cultura pop fizesse de vc uma pessoa mais interessante. Claro, eu consumo muito (nem sempre comprando, direto, mas vcs entenderam) e quero inclusive saber das novidades (tanto que visito blogs como este), mas longe de mim considerar isso uma qualidade – tá mais é pra um defeito, se vc pensar um pouco que seja.

    Agora qnt as pirinerds, velho… não é como se o nerd de hj em dia fosse um cara inteligente e desajustado, pq não é. O nerd de hj em dia é um cara que consome muita porcaria da midia de massas e cujos rastros de inteligencia moram em saber configurar um computador ou outro aparelho qualquer tipo um tablet ou xbox(nada mais mecânico que isso). Claro, existem designers, existem os gordinhos viciados em literatura de qualidade e coisa e tal, mas não são eles o grosso da população “nerd” de hj em dia. E entrar nessa definição de hj é consideravelmente mais fácil, afinal a coisa toda se massificou, então a população nerd acaba que é mais heterogenea que aquela contracultura dos anos 70/80 de os hackerativistas (anonymous não conta, porfavor) e programadores. Nesse grupo de hoje cabe uma menina peituda e gostosa que consome essa cultura pop e vive nesse meio. Não quer dizer de forma alguma que ela seja mal-informada sobre o que quer que ela esteja alegando que conhece (se é que isso é informação).
    Quanto a elas se mostrarem, fazerem fotos nuas ou seminuas, só tenho uma coisa a dizer: vamo parar de falso moralismo, valeu? Cadê a liberdade das mulheres, de se senirem poderosas como forem ou a liberdade individual de se objetificar?”

    • “Me decepciona saber que fazemos a mesma faculdade”: mas isso faz realmente alguma diferença? Se for parar pra analisar, a grande maioria das pessoas pensam assim, dentro ou fora da cultura nerd. Quando se trata de erotismo feminino, a tendência é que ela seja endemoniada sem qualquer reflexão.

      “Na moral, acho essa coisa de cultura nerd um saco, aliás a maioria desses sites/blogs geek/nerds nada mais são que os bons e velhos sites de entretenimento”: Olha cara, não há problema algum na cultura nerd em si. Existe mesmo grande consumo da cultura pop, mas não é só isso. Na verdade, uma das características que normalmente muita gente leva em conta pra chamar alguém de nerd mesmo é qualquer coisa relacionada à tecnologia e a área de TI. Mas como você disse, consumir de maneira exagerada realmente tá longe de ser algo bom. Agora, isso de ser “mais interessante”, não necessariamente. A diferença é que você será mais respeitado entre essa tribo, já que isso é coisa de tr00 nerd, na concepção geral.

      “O nerd de hj em dia é um cara que consome muita porcaria da midia de massas e cujos rastros de inteligencia moram em saber configurar um computador”: eu não penso assim. Exatamente pela glamourização da cultura que temos um leque maior de tipos de pessoas com mentalidades diferentes, e nem sempre dá pra quantificar essas pessoas. Consumismo é algo que existe em qualquer outra cultura em maior ou menor grau, mas bem, generalizar uma tribo toda é forçar a barra.

      ” então a população nerd acaba que é mais heterogenea que aquela contracultura dos anos 70/80″: tava lendo em partes o teu comentário e você acabou meio que falando que eu disse =P

      “Cadê a liberdade das mulheres, de se senirem poderosas como forem ou a liberdade individual de se objetificar?”: OI? Liberdade é uma coisa, consciência é outra. O ponto aqui é questionar justamente esse comportamento: as gurias são donas de seus corpos, mas já parou pra analisar exatamente o porquê da exposição? O problema por si é EXATAMENTE a objetificação. Isso tá longe de ser saudável. Mulher também é gente, e não um objeto de fetiche, como muitas vezes costuma ser reforçado nessas situações. Em suma, o problema não é erotismo por si só, mas a mentalidade que a envolve para transformá-la meramente em objeto, extremamente dominante no momento. Daí ocorre essa segregação entre quem “é nerd” e quem não é. É praticamente a mesma coisa que essas imagens compartilhadas principalmente pelo facebook com um monte de caga regrismo para distinguir da mulher “que presta” e “não presta”. Só muda os critérios.

  11. Pingback: O problema do humor preconceituoso « Colchões do Pântano

  12. A questão de se enraizar é uma necessidade misteriosa de qualquer ser humano, entretanto, pelo que vejo hoje em dia, os grupos/tribos em que as pessoas se inserem seja por modismo puro, acompanhar os amigos ou pela simples necessidade de “pertencer” revela o anseio de compreender o que somos, de nos definirmos frente a sociedade e a nós mesmos, através de nossas práticas e das categorias dos grupos que nos associamos, nossa própria identidade. E isso é algo inevitável já que vivemos em sociedade, não é mesmo. Gostei muito do post e particularmente, penso que a suscitação do ódio, do menosprezo tanto pelo machismo feminino ao equiparar as mulheres de pirinerds, quanto no caso dos nerds, ao separarem os “novos integrantes” em diversas categorias construídas nada mais seria do que um medo de encontrar um pouco de si mesmo no outro, como se isso fosse remover aquilo que te identifica como diferente perante a sociedade e os outros grupos. Esta situação, que ocorre com bastante frequencia nos meios adolescentes por ser fase característica na definição do “quem sou e onde me encaixo”, se repete em tudo quanto é círculo social, então o machismo, a separação de grupos, o rotular e qualificar pejorativamente só reforça estas inseguranças e a necessidade velada de sermos únicos ou pertencermos a um grupo exclusivo.
    Vou seguir seu blog de agora em diante, parabéns pelos posts 🙂

  13. De fato é um texto e tanto. Porém devo dizer que ele pode estar generalizando?
    Sei lá. Quem sou eu para falar isso?
    O que eu quero falar mesmo é que hoje tudo é preconceito, tudo é att, tudo é pirinerd. Resumindo, tudo é generalizado.
    Não achei que as meninas do GG generalizaram. Claro, elas poderiam ter colocado termos como “algumas meninas” e semelhantes, mas isso é só falha de criação de um bom texto. Digamos que foi feito às pressas. Mas generalizar?
    O mal do ser humano é querer dar esteriótipos à tudo.
    Se formos analisar, realmente tem umas garotas por aí que poderiam ser colocadas como “pirinerds, não é verdade?
    Não abomino essas garotas, nem as acho “cool”, apenas ignoro e sigo a minha vida. Afinal, elas não afetam nada à mim. E se afetam, aí é outro assunto.
    Gostei muito do seu ponto de vista. Assim como me diverti com o texto das meninas.
    Não dou razão nem para um, nem para outro, apenas faço uma junção de ambos que acaba me levando a vários patamares.
    Abraços!

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